Compositor: Eduardo Cabra / René Pérez
Aqui chegaram as formigas
Vamos conquistando terras inimigas
Invisível silenciosa e simultânea
Toda a invasão é subterrânea
Sem disparar ao alto
Sem atirar mísseis
Sem ter que matar pessoas
Usando projéteis
Lutamos a guerra sem usar fuzis
De tijolo em tijolo como os pedreiros
Trataram de nos parar um par de vaqueiros
Mas já está construído o formigueiro
Somos muitos irmãos
Com muitos primos
A família é grande porque nos reproduzimos
Retiramos o vaqueiro de seus escritórios
Porque trabalhamos em tempo integral sem gorjetas
Não somos bem-vindos
Mesmo assim entramos
Lhe picamos e lhe castigamos
Quando mais lhe confia nas formigas
Lhe enganam e atacam em equipe como as piranhas
Ainda que sejam pequenas, graças à união
Todas juntas se convertem em caminhão
Coitado do vaqueiro que nos subestima
Quando se dorme lhe vem a colônia em cima
Por isso os vaqueiros em todas as esquinas
Os temos comendo comida latina
Você quer guerra? (x14)
As formigas podem contra qualquer gigante
Entram na tromba de qualquer elefante
Os derrubam sem que o sangue lhes respingue
Ácido fórmico pra que lhe piquem
Não confie se a picada não lhe arder
A queimação da picada a sentirá mais tarde
Ainda que tenha botinas e chapéu
Há muitas formigas e poucos vaqueiros
Os humildes comeram aos nobres
Para 2020 vamos fazer o dobro
Aqui não há racismo, não se trata de raça
Se trabalho aqui é porque aqui tenho minha casa
Ser imparcial é disso que se trata
Tem que dividir os doces da pinhata
Agora se o vaqueiro nos maltrata
Pode ser que as formigas se tornem como Zapata
Em equipe se resolve qualquer contratempo
Quando lhe picamos, picamos ao mesmo tempo
Sobre nossa unidade não se deve fazer perguntas
Frente ao perigo as formigas morrem juntas
Você quer guerra? (x8)
Um país dormindo é um país deserto
Meu governo se assusta quando me desperto
Se podem atirar até os federais
Somos 600 milhões sem contar os ilegais
Entre as patas nunca escondo o rabo
Prefiro morrer como rebelde
Que viver como escravo
Aposto que os seus soldados
Se rendem primeiro
Porque os meus soldados
Não lutam por dinheiro
Não tenho medo de confrontos
Porque me criei com invasões
E como as formigas, se tenho azar
Defendo meu formigueiro até a morte
Você quer guerra? (x21)
Vamos nos medir para ver quem é mais bravo!