Compositor: Rene Residente
Umas pernas que respiram, veneno de serpente
Por meio do vento vou soprando água quente
O dia havia começou animado e feliz
Disse, passaporte!
Onde você está indo, luminária, nesta noite feia?
Você não se anima?
Olhe como está o caminho, estão negando!
Não homem, parceiro, o caminho é o de menos
O importante é chegar
Tenho seu antídoto, para os que não tem identidade
Somos idênticos, para os que chegaram sem avisar
Venho tranquilo, para os que já não estão
Para os que estão e os que vem
Tenho seu antídoto, para os que não tem identidade
Somos idênticos, para os que chegaram sem avisar
Venho tranquilo, para os que já não estão
Para os que estão e os que vem
Um nômade sem rumo
Eu derrubo a energia negativa
Com meus cascos de cordeiro
Me propus a percorrer o continente inteiro
Sem bússola, sem tempo, sem horário
Inspirado pelas lendas
Por histórias empacotadas em lata
Pelos contos que a Lua relata
Aprendi a caminhar sem mapa
A ir caminhando sem comodidades, sem luxo
Protegido pelos santos e os bruxos
Aprendi a escrever idiotices no meu caderno
E com o mesmo idioma sacudir todo o planeta
Aprendi que meu povo ainda reza porque
As porras das autoridades e a puta realeza
Ainda se movem por debaixo da mesa
Aprendi a engolir a depressão com cerveja
Meus chefes eu cuspo das montanhas
E com minha própria saliva enveneno seu champagne
Eu enveneno seu champagne
(Sigo tomando rum)
Tenho seu antídoto, para os que não tem identidade
Somos idênticos, para os que chegaram sem avisar
Venho tranquilo, para os que já não estão
Para os que estão e os que vem
Tenho seu antídoto, para os que não tem identidade
Somos idênticos, para os que chegaram sem avisar
Venho tranquilo, para os que já não estão
Para os que estão e os que vem
Em seu sorriso vejo uma guerrilha
Uma aventura, um movimento
Sua linguagem, seu sotaque
Eu quero descobrir o que já estava descoberto
Ser um imigrante, é o meu esporte
Hoje vou para o norte sem passaporte, sem transporte
A pé, com as patas
Mas não importa, este homem se hidrata
Com o que minhas pupilas retratam
Carrego um par de paisagens em minha mochila
Carrego com vitamina de clorofila
Carrego um rosário que me vigia
Sonho em cruzar o meridiano
Escorregar pelas cordas dos quatro de Aureliano
E chegar muito cedo a costa (a costa)
Pelo deserto, com os pés na grelha (na grelha)
Vamos por debaixo da terra como esquilos
Eu vou cruzar a muralha
Eu sou um intruso com identidade de recluso (de recluso)
E por isso me torno um megulhador
E busco por debaixo da terra
Para que os guardas não me vejam e os cães não me cheirem
Vó não se preocupe
Porque no meu pescoço está a virgem de Guadalupe
Ouça, para todos os imigrantes do mundo inteiro
Aqui vai isso: Calle 13
Tenho seu antídoto, para os que não tem identidade
Somos idênticos, para os que chegaram sem avisar
Venho tranquilo, para os que já não estão
Para os que estão e os que vem
Tenho seu antídoto, para os que não tem identidade
Somos idênticos, para os que chegaram sem avisar
Venho tranquilo, para os que já não estão
Para os que estão e os que vem
Tenho seu antídoto, para os que não tem identidade
Somos idênticos, para os que chegaram sem avisar
Venho tranquilo, para os que já não estão
Para os que estão e os que vem
Esta produção artístico-cultural (artístico-cultural)
Feita com carinho e com esforço
Seja com uma chamada de vontade
E esperança para todos, todos
Todos, todos